Racismo no Fashion Rio

 Não me posiciono perante o que acontece no mundo da moda diretamente, por ser o Moda Sem Censura um site informativo, mas no primeiro dia de Fashion Rio rolou um protesto a favor de mais negros nas passarelas. Mas peraí, reivindicar que tais raças, estereótipos e outros estilos de pessoas façam parte de um casting porque são minoria já não é se colocar como diferente e como inferior a ponto de ser chamado para trabalhos por um “dó” disfarçado de igualdade?

Sinceramente, não entendo quem busca a igualdade, mas quer direitos diferentes. Temos menos modelos negros que brancos? Sim, mas temos outras etnias nas passarelas do Brasil e do mundo. Mas, como o foco do assunto aqui é a passarela brasileira, venhamos e convenhamos, estamos com uma mistura boa de todas as raças nas passarelas. Temos negros, brancos, pardos e a mistura de tudo isso, que é o nosso forte.

Em uma das declarações, um dos protestantes diz que “o negro é a cara do Brasil”, quem disse? Somos uma mistura de nós mesmos com o que veio de fora, o Brasil é uma mistureba louca de raças e culturas, não somos uma coisa só, somos uma mistura de tudo. Se for pra falar de quem é a cara do Brasil desde o começo, antes que os portugueses chegassem ao nosso território, isso aqui era dominado por índios, não por negros. Os negros escravos foram traficados para cá.

E vemos índios e seus descendentes nas passarelas? Vemos índios reivindicando aparecer em meio a uma cultura que lhes foi roubada? Acho que não, né, gente?

Então vamos parar com essa de “temos que aparecer mais por sermos isso e aquilo” – isso serve para outros tipos de preconceitos. Não sou nenhum preconceituoso e nem vou ficar me justificando como muitos fazem, sou neto de negra e não preciso ressaltar isso como prova de não ser preconceituoso, porque muitos racistas têm sangue crioulo.

Reflita: a moda, como qualquer outro tipo de coisa, tem seus padrões e preferências, não sejamos hipócritas. Mas não há racismo, há padrões de estética e quem se encaixa entra, quem não se encaixa rala. É como um relacionamento, uma paquera, só entra quem faz o tipo. E na boa? Temos negros e negras lindas em nossa passarela, assim como brancas e brancos maravilhosos. Libertem-se dessa paranoia de que tudo é preconceito, pois todos temos sangue crioulo, branco, amarelo, mameluco… Como disse, somos uma mistura de tudo.

Claro que o assunto sobre racismo é muito extenso, mas me refiro a esses casos como tema, não generalizem, me amem, se amem. Não vim confrontar, vim opinar.

O preconceito existe em muitos, mas nem tanto como veem.